Archive | Maio 2015

A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DA PSIQUE

Mulheres que iniciam a senda do feminino sagrado sem enfrentarem essa descida e que não tendo feito nenhum trabalho a nível da sua psique, sem uma consciência psicológica dos seus complexos e traumas, sem um qualquer trabalho interior, quando começam a entrar em contacto com a sua sombra sem nenhuma preparação, acabam por se sentir entrar como que no inferno…e a ver “cobras e lagartos” nas mulheres que lhes espelham o seu próprio poder ou fogo interior, sobretudo frente a outra mulher que a tenha já integrada…e então ou fazem o movimento de fuga inconsciente ou a perseguição caluniosa e predatória é iniciada porque essas mulheres se sentem acossadas pelos seus fantasmas…mas têm de ter um bode expiatório…e esse é um dos maiores dramas das relações entre mulheres, face à sua necessidade de evolução!!!

(…)
excerto de texto escrito em 2011, por Rosa Leonor Pedro

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O resgate do feminino

O feminino ancestral anda a tentar abrir caminho para se manifestar… Desde Abril deste ano que algo rasgou o subsolo para se apresentar na crosta terrestre e que nos pede observação consciente e responsável do que é isto de trabalhar e resgatar o feminino. É algo ainda impronunciável mas que é reconhecido nas células das mulheres conscientes e serpenteantes.

O que vem aí é o feminino primordial despertado responsável e conscientemente em cada mulher e não “representantes” disto ou daquilo… Não será esta ou aquela mulher (muito menos homem) que irão apontar caminhos para que as demais sigam a líder que ocupa um qualquer trono ou cadeira.

O feminino primordial é circular. Não tem hierarquias. Não há líderes, muito menos seguidoras. Estamos todas sentadas no Círculo, ligando, ouvindo e respeitando todos os úteros e corações dessa espiral da Grande Mãe em cada uma de nós. Há sim um profundo respeito pelos movimentos circulares que nos distinguem enquanto mulheres, a começar pela manifestação da vida que é o nosso útero.

Portanto, queridas mulheres que tanto amo, fiquem atentas aos gatilhos patriarcais que nada mais são do que réplicas do discurso judaico-cristão que nos ilude e retira o poder pessoal há 4 mil anos.

O desafio agora é resgatarmos a nossa Essência ancestral de mulheres intuitivas, oraculares, sábias, curandeiras… antigas, mas tão antigas como a própria consciência da Grande Mãe. E isto não é divisível nem pode ser desmembrado.

A Mulher Integral é uma. A Grande Mãe é uma. Para a Mulher há a proposta do caminho do resgate da sabedoria que nos pede o mergulho às cavernas dos nossos seres, ao útero e ao sangue para assim despertarmos interiormente a consciência e a responsabilidade de sermos FILHAS DA TERRA com Espíritos conectados ao Grande Sol. A Mulher que está cindida por milénios de histórias de cisão, encontra-se agora frente-a-frente consigo mesma e a essa Mulher é-lhe pedido que se resgate deixando cair a linguagem patriarcal dos santos, deuses e avatares para entrar na linguagem ancestral do silêncio, tão antiga como a vida e aí ouvirmos a voz da transcendência dentro de cada uma de nós.

Isabel Angélica / IsisBella – 27.05.2015

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No Ninho da Serpente … 2 anos a celebrar a Mulher!

Em 2013, fui desafiada por uma mulher para abrir Círculos de Mulheres. Primeiro deu-me medo!… Como abrir abrir trabalhos apenas com mulheres quando eu própria carregava a ferida da traição da mulher em mim? Quando eu própria já tinha sido traída por mulheres e tanto me tinha traído à minha essência e ao meu útero de mulher?

As dúvidas mantiveram-se mas confiei que a Grande Mãe me guiaria nesta aventura. Dado que desde 2011 que a Serpente me visitava em trabalhos de abertura de consciência e cura profunda com a Medicina Sagrada, foi intuitivo para mim sentir que a Serpente – meu animal de poder ao lado do Leão -, seria a guardiã destes Círculos. Daqui a chegar ao seu Ninho foi um passo instantâneo que dei… A 25 de Maio de 2013 abro o 1º Círculo de Mulheres No Ninho da Serpente e guiada pela consciência divina e sagrada da Grande Mãe encetei, como guardiã, nesta re-descoberta de mim e das outras mulheres. No Ninho da Serpente – um nome que arrepia, que repulsa mas que também atrai… primeiro estranha-se, depois entranha-se, diz o poeta.

Muitas mulheres apareceram até hoje. Muitas foram. Muitas ficam a alimentar este Círculo de Amor sem princípio e sem final que somos. E tanto que tenho aprendido com todas elas, sendo que a principal lição é a de que o que sou e o que somos não tem tempo e está para lá, ainda, das nossas compreensões humanas. Está para lá dos seguidismos e fanatismos… É puro, é transparente, é a absoluta fé de que existe algo mais precioso que os nossos egos ou feridas… É algo que nos diz que a pureza conquista-se e trabalha-se.

Neste Caminho move-me o amor por mim e por ti, mulher. Move-me o amor pelas nossas filhas e filhos, pelos nossos homens… Move-me o poder da Serpente que se apresenta em cada trabalho de forma impetuosa e curadora, sem meias palavras, acutilante e sábia. Move-me a re-descoberta das nossas práticas ancestrais e que permanecem guardadas nas nossas células num tempo antes do patriarcado e da sua linguagem que castra e fere. Move-me o profundo amor e reverência à Grande Mãe que, fertilizada todos os das pelo Grande Espírito, nos ensina os sábios ciclos de vida e morte obrigatórios no caminho do espírito na Terra.

Nesta vida escolhi ser Mulher e celebro isso todos os dias da minha vida com outras Mulheres que amo e respeito profundamente, mais do que as palavras podem expressar. Tenho sentido em mim as vossas dores, desafios, sonhos e concretizações. Temos celebrado os sucessos e as tristezas. As vindas e as idas. Tenho-me rendido ao vosso poder, amor e beleza. Que seria de mim sem vocês, mulheres partes de mim? Que seria da Serpente se não vos pudesse acolher no seu Ninho? Somos tudo isto juntas e honro-nos com profunda gratidão pela nossa beleza e irradiam humana e divina…

Somos um Círculo dentro de um Círculo. Sou a guardiã e cada uma de vocês me guarda a mim. A Serpente – Grande Mãe, guarda-nos a todas nós. Nós que buscamos curar a ferida da nossa cisão profunda e ancestral – a divisão acesa entre a santa e a selvagem. Uma cura que nos pede coragem, entrega, saltos de fé, questionamento e integridade. Que nos pede amor, muito amor, acima de tudo por nós mesmas e por cada uma das irmãs do Círculo.

O que vem agora depois de 2 anos intensos e transformadores? Ainda não sei ao certo, mas sei que a Serpente está a mudar de pele. Eu estou a mudar de pele. Creio que em breve retornarei à minha essência desta vida. A Grande Mãe instruí-me no resgate das nossas práticas ancestrais, no rebuscar do nosso amor próprio e poder pessoal para que nunca mais abandonem os nossos Cálices Sagrados de manifestação divina e sagrada.

A Medicina da Serpente está activa e poderosa, chamando ao seu Ninho das Mulheres que se permitem no mergulho em si mesmas – em expressão genuína de si mesmas, em liberdade e em celebração consciente do que carregamos como sagrado: o nosso útero e coração.

Aho Mulher! Aho Mulheres! Continuemos então a serpentear unindo o poder da vida e da criação! Celebrando os encontros e reencontros! Transformando e potenciando o poder ancestral de sermos Filhas da Terra.

Agradeço ao meu companheiro de vida e trabalho, Hugo Muacho, por também estar a crescer e a manifestar o seu Jaguar à medida que a Serpente se expande e se cura.

Agradeço de forma especial a estas mulheres:

* Carla Correia pela tua amizade verdadeira e intemporal… já lá vão quase 2 décadas de irmandade;
* Sara Rica Gonçalves pela coragem e sensibilidade de nos mostrares como somos em imagens e vídeos;
* Rosa Leonor Pedro pela inspiração e manifestação de quem és na essência;
* Ana Paula Rebelo pela integridade e reconhecimento mútuo;
* Zizi Pereira Lopes por me recordares que somos antigas como a Terra;
* Johanna Samna pela amizade pura de irmãs;
* Liliana Guerreiro por estamos uma vez mais na vida uma da outra;
* Mónica Isabel por seres um espelho de mim em tanta coisa e abrires caminhos para serpentearmos mais;
* Joana Brokulos pela irmandade e confiança que fomos construindo e curando;
* Beatriz Rodrigues Dias Quintas pela tua beleza que desabrocha mais e mais;
* Milena Mendes por tantas vezes te entregares em cura e confiança;
* Rosário Angel pela força, coragem e persistência em te manteres fiel a ti mesma;
* Carla Ávila por sentires tanto a verdade deste trabalho mesmo a quilómetros de distância.

Agradeço ainda às mulheres que têm sentido e chamado este trabalho aos seus espaços – Cláudia Candeias (Odeceixe), Luísa Franco (Peniche) e Josefa Henriques (Vila Franca de Xira).

Agradeço a todas as todas as mulheres que foram e são minhas professoras. Sou grata pelo que me ensinam e pelo quanto me fazem crescer.

Agradeço a todas as Mulheres que sentem a Serpente e a acolhem trabalhando os seus medos e dúvidas para a cada passo do caminho se superarem.

Agradeço à sabedoria da Grande Mãe que se manifesta amorosa e firme, disponível e crua, tal como Ela É… sem máscaras, sem nomes, sem interpretações… apenas como é – eterna, imensa, visceral, dual e transcendente.

Agradeço à Serpente interior que me guia e se manifesta em mim com todo o seu poder de cura, sabedoria, inteligência, astúcia e capacidade de largar peles à medida que a tal é chamada. Honro-me por ser quem sou, pelo meu caminho, coragem, tenacidade, foco, dor e amor.

Em amor, de coração e útero, convido-te a serpentear comigo/connosco… Aho!

Isabel Maria / Isisbella / Angélica

25 de Maio de 2015

 

 

 

Essencial

É essencial que cada mulher se conheça e reconheça individualmente trazendo a si a consciência da cisão em si mesma. Curando a separação de si, cura a separação da outra. Nesta união estará a força.Aho!

– Isabel Angélica, 11.Agosto.2014 

    
(Imagem por Jet James)

Tempo fora do tempo

Durante 4 dias estive num tempo fora do tempo. Andei na selva descalça, dancei com a serpente, cantei à Mãe e estive com Mulheres em Círculo… o tempo feminino é assim… circular!… Vim de lá mais firma na Verdade como minha protecção. Sei quem sou e assim me apresento perante ti, Mulher, para que também descubras quem és …

– Isabel Angélica, Maio 2015

  

Caminho

Quando se persiste em seguir o caminho que a nada conduz, é que se estima esse caminho pelo que vale.

– Condessa Diane

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Fotografia por Sara Rica Gonçalves no Retiro do Módulo VI – Cavaleiros do Graal, do Caminho Iniciático de Terras de Lyz – 16 e 17 de Maio de 2015